quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Pecado da Cobiça!

  Estimula conquistas materiais e destrói valores espirituais
  O desejo é o acelerador do ser humano, mas tão importante quanto sair do lugar é ter a capacidade de parar. No trânsito ou nos movimentos da vida, o excesso pode matar.
  Enquanto a preguiça impede o trabalho, a cobiça pode levar o homem a trabalhar demais. Por isso, Deus disse a Israel: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum.” (Êx 20.8-10).
  A cobiça poderia levar o judeu a trabalhar sete dias por semana e deixar de lado sua vida devocional e familiar. Isto pode acontecer também com o gentio. Embora não sejamos sabatistas, consideramos que ainda seja da vontade de Deus o estabelecimento de limites para o trabalho.
  Trabalhar sete dias por semana não garante o êxito do homem. Apesar de todo o nosso esforço, continuamos dependendo de Deus. 
  “Melhor é um bocado com tranquilidade do que ambas as mãos cheias com trabalho e vão desejo” (Ec 4.6).
  “Há um homem que é só, não tendo parente; não tem filho nem irmão e, contudo, de todo o seu trabalho não há fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas” (Ec 4.8).
  Nem mesmo a riqueza alcançada serve como limite para a cobiça. São muitos os exemplos de homens ricos que realizaram golpes para conseguirem mais dinheiro e poder. Configura-se então uma situação de avareza, avidez, ânsia por maiores lucros.
  “Quem ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama a riqueza se fartará do ganho; também isso é vaidade.” (Ec 5.10).
  Muitas vezes, o homem ambicioso aproveita menos os seus bens do que o pobre que pouco possui. 
  Entretanto, nem todos alcançam o que cobiçam. Nesse caso, vivem na ansiedade de não possuírem, quando deveriam viver no contentamento ensinado pela palavra de Deus.
  “Tendo, porém, alimento e vestuário, estejamos com isso contentes” (1Tm 6.8).
  A cobiça pode levar o homem a pisar no seu próximo para subir na vida, chegando a roubar e matar.  O desejo desenfreado fomenta conquistas, mas produz também conflitos e guerras.
  “De onde vêm as guerras e contendas entre vós? Porventura não vêm disto, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.1-3).
  A cobiça é contrária ao amor, pois busca atender ao egoísmo, nada deixando para o auxílio ao próximo (Rm 13.9). Se o amor é a essência do fruto do Espírito (Gl 5.22), o egoísmo é a essência das obras da carne (Gl 5.19-21). Por que a cobiça não aparece como uma das obras da carne relacionadas pelo apóstolo Paulo? Porque ela é a raiz de todas elas (Gl 5.16).
  O mundo é movido pela ambição e não pelo amor. Por isso, assistimos invasões internacionais por interesses econômicos, mas não para salvar os inocentes nem para saciar os famintos.
  Enquanto a cobiça favorece as conquistas materiais, perdem-se os valores morais e espirituais. Por este motivo, a semente que caiu entre os espinhos não produziu (Mc 4.19). 
  Esse é um pecado que se destaca por sua capacidade de gerar outros pecados, tais como a glutonaria (Lc 21.34), bebedice (Rm 13.13), avareza (Cl 3.5), idolatria (Dt 7.25), roubo (Mq 2.2) e adultério (Pv 6.25).
  Outros efeitos são: perturbação (Pv 15.27), sofrimento (Pv 28.22), contenda (Pv 28.25), violência (Mq 2.2), apostasia (1Tm 6.10), dores (1Tm 6.10) e morte prematura (Pv 1.19).
  “Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.14-15).
  Cobiça e preguiça são, em princípio, contrárias entre si. Quem tem muita cobiça precisa trabalhar. Se cobiça e preguiça se encontram na mesma pessoa, há um ladrão em potencial (mas não para realizar grandes roubos, pois dão muito trabalho). 

Pr. Anísio Renato de Andrade

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